26/03/2009
DIA DO LIVRO PORTUGUÊS
O que difere essencialmente um livro de um amigo não é sua menor ou maior sabedoria, mas o modo como comunicamos com ele, a leitura, a contrapelo da conversa, consistindo para cada um de nós em receber comunicação de outro pensamento, porém a sós, isto é, continuando a usufruir do poder intelectual que se tem na solidão e que a conversa imediatamente desfaz (...)
É uma das grandes e maravilhosas características dos belos livros (e que nos faz compreender o papel ao mesmo tempo essencial e limitado que a leitura sabe ter em nossa vida intelectual), eles poderem para o autor chamar-se Conclusões e para o leitor, Incitações. Sentimos muito bem que nossa sabedoria começa onde termina a do autor, e gostaríamos que ele nos trouxesse respostas, quando tudo o que ele pode fazer é trazer-nos desejos. É quando nos disse tudo o que podia dizer que ele faz brotar em nós o sentimento de que ainda não disse nada.”
(in "Journées de Lecture", Marcel Proust)
Em 1487 é publicado em Faro o primeiro livro impresso em português - O Pentateuco em hebraico - do judeu Samuel Gacon.
O Pentateuco de Gacon foi concluído em 30 de Junho de 1487. Trata-se de um impressão em 110 fólios, com composição de 30 – 32 linhas.
O prototipógrafo Gacon utilizou tipos metálicos móveis com caracteres hebraicos, letras quadradas e elegantes, de dois tamanhos, sendo a maior usada no texto e a outra, mais larga, nas rubricas.
Em 1497 é impresso no Porto o primeiro livro totalmente escrito em português - Constituições que fez o Senhor Dom Diogo de Sousa, Bispo do Porto - produzido pelo primeiro impressor português, Rodrigo Álvares.